Quando eu morrer

Quando eu morrer

Oh, Deus, quando eu morrer quem chorará por mim?

Acaso deixarei saudades?

Deus, quem velará meu corpo vazio?

Terei lastreado verdades inomináveis?

Terei fulgurado as bem-aventuranças?

Terei contribuído para o evoluir de outrem?

Deus, permita quando eu for não leve as marcas das dores que fatigam, aprisionam, matam, limitam

Que as desilusões não sejam minhas ornamentações

Que meu sepulcro não tenha as cores das amarguras nem o mastro da revolta

Que meu coração tenha a alegria de não ter desonrado ninguém

Meu Deus, quando eu morrer cairei no esquecimento?

Serei apenas mais um número a ocupar as valas?

Serei um ente querido de alguém?

Deixarei (des) afetos?

Somos indigentes uns dos outros...

Para nascer precisamos do outro

Para morrermos precisamos do outro

Não levarei nem eira nem beira

Por que construir muralhas instransponíveis se apenas somos coadjuvantes do palco da vida?

Oh, Deus! Quando eu morrer se alguma alma lembrar-se de mim, inspira-lhe a me vestir com as flores que exalam esperança, alegria, leveza, fé e o poder de cura.

Aretuza Santos

Aretuza Santos
Enviado por Aretuza Santos em 02/11/2021
Código do texto: T7376996
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