Para Não Dizer Que Não Falei das Dores (II)

O que é eterno

É o que sempre pode ser recordado.

Vem lá do Futuro

Esse Presente tenso

Com cara de Passado

No verde quadro negro

Uma lousa limpa com algum pó de giz

Recordações de Outra Vida –

Ah, eu não admitia – mas como eu era Feliz!

De repente da Bossa fez-se a Fossa

Missa Negra do Silente Sorriso

E num simbólico aceno incauto

Feito o Decreto do Diabólico Arauto

Com seu Olhar Demente, embora Preciso,

A Vós o Espetáculo Supremo – estamos na Roça!

Para onde vamos?

Ainda não nos foi permitido saber –

Mas insisto na Velha Máxima do Vandré:

"Quem sabe faz a hora, não espera acontecer"

E qual tímida bandeirinha de São João

Sorri, Bela e Inteligente Mocinha

Essa Singularidade, tão Calminha,

Parece nos manter com os pés no chão

E eu sei dizer que já é tarde

Antes mesmo de ter começado

E sem ter feito o menor alarde

Ainda vejo o Sonho Acorrentado!

Ah, Poeta!

Não foi dessa vez!

Cala no Peito a dor tua

E encara sem medo a nua verdade –

Melhor sair enquanto há tempo

Do que ver o fim quando já foi tarde...

(Passarei; Passaremos!)

Dáblio Vê
Enviado por Dáblio Vê em 12/12/2021
Código do texto: T7405731
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