A vida urbana nos consome

Massificada a mediocridade,

Suplantada a razão,

Ignorada a sensibilidade,

Peço licença para pensar.

Todos correndo na cidade,

Para não perder a condução,

Apostando na continuidade

Da insensatez que não pode parar,

Não pode parar, não pode parar, não pode parar, não pode parar...

Superavaliado o menos,

De que vale o mais ?

Valorizados o ouro e as armas,

Ainda somos medievais.

Sociedade infectada,

Pelo vírus da banalidade,

Só se alastra o que é fugaz,

Só interessa a exploração.

Vem agora, então,

Vem me dizer que estou errado,

Vem me mostrar as bases da nação:

Família, casa, carro e amor,

tudo isso à prestação,

Trabalhar até morrer,

Deixar um terreninho por legado.

De que vale o pensamento,

de que serve a poesia,

Se o que vale é o dinheiro,

se o que conta é a posição?

Ah, não me importam as tendências,

Não me dobro à tirania,

não cedo a qualquer paixão,

Atesto agora a quem se importa,

Deixarei a minha herança

Para o futuro que ainda é criança,

No pensamento que a poesia exorta,

A reflexão revisitada será valiosa,

Será então a jóia mais preciosa,

Muito além do vil metal,

muito além do meu caixão.

Weber Palmieri
Enviado por Weber Palmieri em 23/01/2022
Reeditado em 26/01/2022
Código do texto: T7435552
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