A fome do medo

A fome do medo

Come desesperadamente

Pede esmola, esfola

Enche a pança e se esparge

Entorna o caldo

Na contra - mão

Meça a força de fora

Tire a forra, vês o quanto é fraca

A fala com medo

Num salto, lance o medo no asfalto

E calma

Sinta a alma

De dentro o forte

O Norte, suporte do agora

O Sul deixado escorrer

No Leste, a direita do corpo

Endireita

Oeste, é esse momento

coração que palpita e resiste

Que a vida é brincar apesar de ter peso

Cobrança, andança e carrancas

A vida é daqui na alma do agora

O resto é refresco

Cismar é ter medo e ofuscar dia a dia

A luz que ganhamos ao chegar no planeta

Regina Romeiro