Escaramuça

Nunca que eu

um Bergerac

um Dom Quixote

Aqui estou no breu

uma trava, um baque

sempre o mesmo mote

Me falta o poema novo

Presente só o agora

e o agora é o mesmo

Cadê tempo sem estorvo

sem a mesma hora

sem o só a esmo?

Perguntas minhas

são respostas pra quem?

Pés, porque caminhas

nessa trilha de ninguém?

Nunca que eu

um El Cid

um Ivanhoé...

Eu sou o meu réu

culpado que agride

a própria fé

Me falta o novo poema

um jeito de dizer

porque ser assim

Aqui somente o tema

um peito com querer

mas que só escreve fim

Indagações são rainhas

dúvidas são plebeias

Se a palavra for rinha

os cães são as ideias?

01-03-1979

23h23min

Murillo diMattos
Enviado por Murillo diMattos em 26/02/2022
Código do texto: T7461062
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