Eu prometi

Desaparecer,

Prometi embrenhar-me ainda mais

Nessa densa floresta dentro de mim

A fim de estender

Uma inevitável despedida.

 

Mas assim é a vida,

Eu prometi, e hei de cumprir,

Embora nenhuma lei há

Que vá me punir

Se eu quebrar a minha promessa,

Já que nada sou,

Nada represento,

Nada quero ser.

 

Eu prometi deixar meus dedos

Emaranhados nessas heras,

Subindo pelo muro desta casa,

Pés enraizados no gramado.

 

Prometi cortar as próprias asas

Para que possa voar bem mais alto

Ao abrir os olhos 

Em outras esferas.

 

 

 

Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 18/04/2022
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