Pelo dia sorri
Pelo dia anda e sorri
E à noite se recolhe, chora
De nada reclama
Sozinha se consola
O dia pesa e não sente
À noite se encolhe
Não aguenta o batente
Tem vezes que não quer
Mas não se escuta
Prefere achar-se forte
Enfrentar toda labuta
Os calos machucam os pés
Mas não mais que a alma
Inflamada se autosocorre
Mas vive chagada
Não admite a fraqueza
As grandes dificuldades
E quem pode não ajuda
Por não ter oportunidade
Arrasta a dor sozinha
E a alegria quer transparecer
Tem medo que lhe tirem o resto
Nas coisas que vão oferecer.