Andava tristonho, foi abandonado

Andava tristonho sem acreditar no que viu

Dispersava estranhos se dele se aproximasse

Tinha vergonha dos amigos e vizinhos de perto

Retirava o olhar de quem para ele mirasse

Não falava as frases inteiras a quem o interrogasse

Todos souberam o que com ele aconteceu

A vida desandandada em pleno meio dia

Sem esconder as agonias daquela hora insana

A sua esposa foi embora sem sequer o avisar

Das tormentas de anos vivida, dos anos desassistida

Jogou tudo para o alto e deixou ele para lá

Ninguém acreditou no que estava vendo

Os desatentos provocados por ele todos os anos lhe alcançavam

As garras de sexta a domingo que dizia ser direito, pois trabalhava

Os xingamentos e desprezos agora o desesperava

O peso da partida dela foi tão grande que sua vida acabara.