QUANTA MERDA COM CARA DE GENTE ( ZEZINHO DAS BARAUNAS, ITABUNA, 26/05/1972)
Conheci um cabra que tirava
Uma de pessoa de fino trato,
Mas era um chato,
Um escroto,
Um rato de esgoto
Que de nada gostava,
Que se embuçava
No cinismo e hipocrisia,
Que a tudo criticava,
As pessoas xingava
Com enfado , com entojo,
Fazendo cara de nojo!...
Sem pejo dizia:
"Quanta gente
Com cara de merda!
Quanta merda
Com cara de gente"!
Andando pelas ruas das cidades
E m frenesi ,
Burburinho de gente enlouquecida,
No corre-corre desembestado,
Onde se ver montes
De cadáveres ambulantes
Pensando serem
Importantes gentes,
A esperarem a hora
De irem embora
Para os fossos sepulcrais!
De sorte,
Que esperam a morte,
Escancarado os dentes,
Cortejo de brutos animais
Prenhem de vaidades!
"Quanta gente
Com cara de merda!
Quanta merda
Com cara de gente "!
Estúpidos, caricatos,
Bestiais, sorridentes,
Escancaram os dentes,
Se fazem de boa gente
Na marcha de horrores --
Cadáveres ambulantes!
Da nave de horror , tripulantes!
"Gente com cara de merda!
Merda com cara de gente"!