Fogo factuo

Quando morre, o poeta

Das letras audaciosas

Do âmago d'alma sofrida

Decompõem-se palavras

Em combustão de sentires

Quereres presos, atropelos

Em nós de tantas ilusões...

Quando morre um poeta

A campa acolhe o corpo

E o corpo recolhe a dor

Decompõem-se virtudes

(Prazeres noutra combustão)

Em contato co'a realidade

E o sal ardente da utopia...

Nas manhãs quentes de sol

Às águas d'incompletudes

Nessa humana sensação

E das perdas pelas mãos

Da arte dum poeta inerte

Brilham na base do epitáfio

Palavras tolas que evaporam:

"Onde vês fumaça, (h)afogo."

Querido Mestre Jacó, grata pela interação!

ETERNO EM SUA OBRA

Se o poeta desencarna, / Só o corpo vira terra,/ Pois Deus socorre a alma,/ E faz sua obra eterna./ Já que a arte penetra,/ As mentes na hora certa, Como a mais linda arma,/ Para cruzada fraterna,/ Se o poeta desencarna, / Só o corpo vira terra...

Luzia Avellar
Enviado por Luzia Avellar em 03/11/2022
Reeditado em 15/11/2022
Código do texto: T7641941
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