Fogo factuo
Quando morre, o poeta
Das letras audaciosas
Do âmago d'alma sofrida
Decompõem-se palavras
Em combustão de sentires
Quereres presos, atropelos
Em nós de tantas ilusões...
Quando morre um poeta
A campa acolhe o corpo
E o corpo recolhe a dor
Decompõem-se virtudes
(Prazeres noutra combustão)
Em contato co'a realidade
E o sal ardente da utopia...
Nas manhãs quentes de sol
Às águas d'incompletudes
Nessa humana sensação
E das perdas pelas mãos
Da arte dum poeta inerte
Brilham na base do epitáfio
Palavras tolas que evaporam:
"Onde vês fumaça, (h)afogo."
Querido Mestre Jacó, grata pela interação!
ETERNO EM SUA OBRA
Se o poeta desencarna, / Só o corpo vira terra,/ Pois Deus socorre a alma,/ E faz sua obra eterna./ Já que a arte penetra,/ As mentes na hora certa, Como a mais linda arma,/ Para cruzada fraterna,/ Se o poeta desencarna, / Só o corpo vira terra...