Lamento Sobre Estes Tempos Fugazes

Que fugazes têm sido estes tempos! E que tão

Poucos lamentos tenho de sobra.

Até então, procurava esconderijo e

Esquivava-me fácil,

Mas o presente não paga prejuízo

Por lamentos, que são caros de cobra:

Eles se formam; eles se alimentam do pensamento

Mais ingênuo.

E soltam-se e propagam-se e encontram uma nova criatura.

E a lamentação repete esse inferno de

Consumição, que satura e amarra-se outra vez.

Se não por ais, talvez por olfato;

E outra vez…

E outra…

E outra vez, ó Sol, te levantas e cais

Como se fosses um novato.