Tecendo armadilhas

Ah, esses sentimentos imprecisos, corrosivos!

Esses açodamentos, essas imprudências, essas cicatrizes!

Tanta falta de comedimentos e olhares compungidos!

Sou o arquétipo dessas desmedidas frustrações.

Sonhei sonhos inconciliáveis, reticentes, abruptos.

Marco de meus tempos, intuições, desacertos!

Meus descompassos, nessa travessia árida,

nessa vida de simulacros e insensatez constante.

Amar ou não amar!

Nem sei se devo revelar meus estilhaços emocionais!

Essa timidez transbordante que camuflo entre sutilezas,

retroalimentando meus dias, minhas armadilhas, meus vacilos.

Viver ou não viver!

O que resta são meus passos, lamentos e tormentos.

Juntar meus cacos entre espaços emocionais difusos.

Assim terminamos todos, cúmplices desses silêncios.

Aprisionado nesses tempos de carnes corroídas,

de andares frouxos, de escolhas equivocadas, de desertos,

aqui me encontro prisioneiro dessa narrativa,

tecendo cumplicidade com minha solidão e assombros.

JTNery
Enviado por JTNery em 27/03/2023
Reeditado em 27/03/2023
Código do texto: T7750107
Classificação de conteúdo: seguro