Soneto de um triste aniversário

Oh dia que se renova, mas que não traz mais alegria,

Que marca mais um ano sem muito a comemorar,

Não há festas, nem risos, apenas solidão e nostalgia

De um tempo que fui feliz e nunca mais irá voltar.

As cãs, fraquezas e doenças mostram a frialdade da idade

E o peso dos anos que me fazem sentir e estar tão cansado,

Deus! A vida passa rápido, e tantos sonhos mortos e olvidados!

O tempo, meu amigo, é um inimigo sempre desalmado.

Não há presentes que alegrem este meu falho coração,

Nem abraços que possam consolar nem a vida animar;

Há só a certeza de que tudo segue para o pó e sem razão.

Oh aniversário solitário! Tudo me faz demais refletir

Sobre as escolhas que fiz e as que eu poderia seguir...

Tudo o que há é o vazio ao ver o tempo nos devorar.

(Tempo, 17 de nada de dois mil e vinte esquecimentos)

Gilliard Alves
Enviado por Gilliard Alves em 17/04/2023
Reeditado em 17/04/2023
Código do texto: T7765844
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