Reflexões noturnas

Na noite escura e tão profunda,

O vento geme em efêmero desespero;

E as folhas dos carvalhos dançam

Ao som do alegre canto derradeiro.

Esse mar revolto dança e brada

Numa sinfonia celestial e infernal,

E as ondas se erguem, belas e bravas,

Em um misterioso ritual colossal!

A lua sorri! No céu turvo da mente

Ergue-se o manto calmo e prateado.

As estrelas piscam-nos, timidamente,

Em um breve espetáculo encantado.

As ruas e becos são artérias pulsantes,

E os sons se misturam em sinfonia,

O pulsar da vida é um rio constante,

E a paixão ardente renova a alegria.

Neste dia agora sombrio e solene,

O mistério evola-se em cada ser,

E as almas vagam errantes em busca

Do amor que as fará resplandecer.

Os amantes se beijam na penumbra,

E as almas se entregam à paixão!

A noite é um convite à luxúria

E ao prazer sem qualquer contrição.

Mas a madrugada chega sorrateira,

E a cidade se acalma em sonoro torpor.

O silêncio é uma doce companheira,

E o descanso é um bálsamo de amor.

Findar-se-á a noite e tudo ficará então quieto,

Brotará a calmaria cujo dia se fará presente.

O Mar tornar-se-á manso, forte, reto, discreto;

E o Amor fluirá o curso das águas, refulgentes.

[ Expressar-se-á Deus na mudez dos seres e momentos

Com o silêncio que gera flores, amores e conhecimentos.

Gilliard Alves
Enviado por Gilliard Alves em 06/05/2023
Reeditado em 06/05/2023
Código do texto: T7781616
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