Não estou bem, mas deveria estar

Eu não estou bem, mas finjo estar,

Dentro de mim tudo está a desabar.

Eu sorrio, porém disfarço toda dor,

Pois em meu ser só há aflição e desamor.

Eu não estou bem, todavia finjo estar,

No quarto sozinho continuo a chorar.

Minhas lágrimas escorrem em silêncio,

E esta minha máscara é meu vilipêndio.

Eu não estou bem, mas finjo ainda estar!

Busco esconder a tristeza do meu olhar,

Eu uso risos, desvios e algumas piadas,

Todavia toda a alegria é pura fachada.

Eu não estou bem, mas finjo estar,

E carrego o peso de tudo suportar.

Os passos vacilam, o peito aperta,

A aparência ilude e a dor me carrega.

Eu não estou bem, não estou, mas finjo estar,

Busco um amigo para confiar e desabafar.

Nas linhas de um poema busco algum abrigo

Porém me acham triste, sou mal-compreendido.

Eu não estou bem, entretanto finjo estar,

E percorro os dias a fim de me encontrar.

Eu não estou bem, mas finjo ainda estar,

"Quereis amor, mas poucos querem amar."

Eu não estou bem, contudo finjo estar,

Um sorriso forjado para assim disfarçar.

Por fora, pareço tranquilo e meio sereno,

Mas meu ser é triste, sozinho e pequeno.

Eu não estou bem, mas finjo estar,

Escondo as lágrimas que querem gritar.

Meus olhos cansados ocultam tanta dor,

E esta doença que me devora, sem pudor.

Eu não estou bem, mas por que finjo estar?

Com trechos bíblicos tento me iludir e me enganar.

Busco consolo ou uma fé em templos e recantos,

Mas só me atiram nas águas do pecado e do desencanto.

Eu não estou bem, todavia finjo estar,

Dentro de mim há caos a se desvendar.

Busco lutar e caminhar, com alguma alegria,

E desejo que essa reles doença pereça um dia!

Eu não estou bem, mas ainda finjo estar,

Porém no fundo tudo continua a desmoronar.

Preciso encontrar uma maneira de me curar,

Parar de mentir pra mim mesmo e enfim me libertar.

Eu não estou bem, contudo busco fingir estar,

Mas não quero mais viver neste vil disfarçar.

É hora de enfrentar a escuridão que me enrola?

E aceitar o diabo da morte que me aflige e assola?

Não estou bem, mas preciso parecer que finjo estar,

Entretanto, agora é tempo de acordar e chorar

Tudo o que os deuses nunca vão se apiedar;

Chorar por minha família a qual não vou mais abraçar.

Nenhum de nós está verdadeiramente bem,

Mas máscaras e mentiras criam personagens, alguém.

Não estou nada bem, mas quem se importa?

Ninguém liga de fato quando tua vida jaz agora morta!

"Tic-tac", diz o tempo. Eu não estou nada bem...

Apago as luzes e o vazio chora e vive aqui, além!

Gilliard Alves
Enviado por Gilliard Alves em 21/06/2023
Reeditado em 22/06/2023
Código do texto: T7819279
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