Homem amarelo

E lá vai o homem amarelo

Com a sua mesma rotina

O seu jeito simples e sincero

Caminhando por uma esquina

Espera o ônibus no ponto

Depois vai pegar um metrô

Não ganhando nem dois contos

Mais um pobre trabalhador

No aperto dos seus dias

Vive sem qualquer esperança

Pensando na sua pobre filha

Com seus sonhos de criança

Na metrópole que amassa sonhos

Ele só é apenas mais um

Que segue frustrado e tristonho

Como um miserável comum

Leva uma mochila nas costas

Com uma marmita gelada

O estado não lhe traz respostas

Pra sua renda achatada

Trabalha na contrução civil

Como um orelha seca

Que nenhum governante viu

E se vê só balança a cabeça

Mais um Zé que não vai ter futuro

Sem escola ou educação

Comendo só grama e pedra

Um arroz frio e zóião

Uma distância descomunal

Entre o mais pobre e o mais rico

Nesse inferno natural

Brasil, te vendo assim triste fico.

Um poeta e só
Enviado por Um poeta e só em 04/08/2023
Código do texto: T7853191
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