Breves reflexões sobre a morte e a vida

Nos versos tênues da vida a tanto florescer,

Vida e Morte entrelaçam o nosso destino,

No ciclo etéreo que o tempo traça fino,

Saudades, risos e prantos estão a correr.

Nos tantos tecidos dos destinos entrelaçados,

O Amor pode florescer em cores de alegria,

Em gestos doces, simples, na mais pura via,

E em olhares, abraços e segredos revelados.

Arde inda esta chama de querer sempre viver,

Como um choro inconsolável que vibra do violino,

Resgatando as alegrias de quando fomos meninos,

E essa inefável melodia da alma jamais irá fenecer.

Todavia a vida é um fio tão frágil, desenrolado,

Pois um dia tanto brilha aqui e já noutro se esfria;

A Morte nos afaga e nosso corpo gela e se arrepia,

Criando silêncios e cicatrizes em corações marcados.

Ah Vida efêmera, concebida e tecida em sonhos!

Tantos amores que se desfazem como meros fios,

E os ecos de um tempo feliz em recortes risonhos.

A ausência é uma presença que traz tantos vazios!

E o nascer e o partir são um mistério medonho

Neste fluir eterno, pois somos apenas breves rios.

Ah Deus! Saudade daquele tempo que não existe,

Das tardes dantes douradas e que hoje são ocasos tristes.

No coração, a dor que nunca vai embora e se desfaz.

Mas, à beira do ardoroso e frio rio, a vida deve seguir,

E mesmo a onipresente morte, em sua vil volúpia voraz,

Na lepidez da Vida, a morte ao Amor jamais desfaz.

Gilliard Alves
Enviado por Gilliard Alves em 09/08/2023
Código do texto: T7857067
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