NULIDADE POÉTICA

PARTE 1

Venho de um longo período de silêncio

De vez em quando digito um poema, 

Uma frase ou pequena crônica

E vou dormir o sono da esterilidade.

 

Doem meus dedos sobre o teclado

Formigam na mente palavras soltas

Frases feitas, rimas ricas ou pobres

E de novo os neurônios se recolhem.

 

Balde d'água fria! Alguém disse "é pandemia"

E daí? Que pandemia que nada! Eu sou livre!

Ninguém se atreva a confinar ou reter poetas?

A poesia tem lugar cativo nas praças, ruas,

Noites enluaradas, nascer e pôr do sol.

 

Destruidora, a pandemia castrou-me a voz 

O canto harmônico dos versos rimados,

A sutileza do grito de protesto e dor,

A força da euforia e o êxtase do amor.

 

Mas poeta que é amante da verdade

Sonha com dias melhores, tem fé

" trlharemos o caminho da realidade"

E gratos, na natureza faremos cafunés. 

 

PARTE 2

Confinada e amedrontada, a triste humanidade

Assistia à vida respirar lá fora, onde ria e dançava, 

Retomava seu espaço, reforçava sua cumplicidade.

 

Humilhado - quem diria! - O rei do Planeta

Morria tanto quanto os pássaros que abatia

Enchia rios de lágrimas, queria fugir num cometa

Ajoelhava, implorava aos céus pela salvação  

Enquanto a Vida florescia e se agigantava lá fora

 

Poeta crédulo - poça de ingenuidade!

Fim de pandemia, arrogância, estupidez

Humanidade piorada, agressividade

Aprendizado nulo, inveja, vingança

Como inspirar-me em tanta insensatez?

 

Bsb,  06/10/2023

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Sandra Fayad Bsb
Enviado por Sandra Fayad Bsb em 06/10/2023
Reeditado em 06/10/2023
Código do texto: T7902837
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