Os teatros absurdos da existência

No escuro teatro absurdo desta vazia existência

Nossas vidas são máscaras de ficções encenadas.

Somos marionetes de personagens de fachadas

Em tramas ilógicas onde justificamos a incoerência.

O Tempo é um afiado machado que não se cansa,

Nosso fôlego é tão curto, e a vida a nada desvela.

A cada instante, criam-se novas tramas e esperanças,

E a Morte, suprema divindade, a tudo enterra e encerra.

Neste mundo feito de sombras densas e frias,

O eco do Existir se perde na melancolia do dia a dia.

A Vida é uma narrativa absurda, gratuita e vazia,

É uma cruz que se leva em vão, uma louca algaravia.

A cada passo, sentimos a morte a nos afagar,

Numa dança macabra de acasos entrelaçados.

As palavras são como uma cega faca a cortar

A alma já cansada em pedaços de sonhos mutilados.

No caos silencioso de nossos pensamentos sombrios,

Gritamos calados, já que ninguém vê a nossa colina.

Neste palco hostil e baldio, somos só espelhos vazios.

Mas, mesmo que se persista neste caminhar incerto,

À procura de sentidos ou uma porta que haja na neblina,

Nesta treva difusa, talvez se ache um farol por perto.

Gilliard Alves
Enviado por Gilliard Alves em 26/10/2023
Reeditado em 26/10/2023
Código do texto: T7917433
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