Eclético
Tô gostando da ideia de me considerar como canções, já que são tantas e variáveis que possuem infinidades de combinações de acordes ou de letras, de traduções ou entonações vocais.
Por vezes um funk ousado com letra provocante tocando em alguma rave a noite, é, me torna show e me curte a madrugada inteira.
Só que depois serei como MPB, pra ser suave e delicado, café e conforto no cair da tarde ou no início da manhã, a melodia da minha voz sendo brevidade em tua audição, escuta com certeza o que sinto por você.
Vou ter dias que serei bravo como os guturais de um cantor de heavy metal, e saberei que a única coisa a te tocar será a intensidade da melodia, pois o vibrar de uma letra profunda e a violência dos riffs só serão bem vindos na guitarra.
E aí, eu serei como pop chiclete, divertindo os teus finais de expediente e sendo a nostalgia de voltar pra casa, termos um ao outro pra pular pela varanda na chuva ou nas cobertas com o cantar de um filme bom.
Então, é saboroso me considerar como música, e como ela, me veja como eclético, me sinta como for a tua energia, me muda como mudarei a tua vibe, mas no fim, ainda serei passagem se não souber apreciar.
Pois até a música clássica tem nas mãos do maestro a chance de um samba se tornar, e até as batidas elétricas podem em um forró se transformar.