Não sou mais

Não sou mais do que o vento passageiro

ou a brisa do horizonte que se sente

no olhar, num instante triste mas inteiro,

numa hora infeliz, fria e permanente!

Não sou mais do que um grito de infinito

por sobre as manhãs frias que nos cercam

cheias de névoa e solidão, num desejo perdido,

de não ser um daqueles que todos deserdam!

Não sou mais do que a distância imprecisa,

vagamente perturbadora que nos rodeia

de rosas negras, numa hora apetecida

de Primaveras, num sonho que se alteia!

Não sou mais do que estes versos que escrevi

nas folhas do silêncio que vou lendo

ou estas linhas que não falam de ti

porque tudo se apagou na voz do vento!