Portões
Toquei os portões ocultos
Seja do paraíso e do inferno
Do céu roubei o questionamento
Do hades roubei a esperança
E assim, me fiz balança
Pra esse pêndulo segurar
Agora escrevo na terra
Pra esse sentimento abrandar
Me neguem as honrarias
E me deixem ser poeta
Amor me escapa os dedos
E ódio me recuso a ter
Então me bastará a ideia
Dessa luta ferrenha de vida
Continuar procurando ter
Toquei os portões ocultos
E me queimei em chamas coloridas
Do paraíso a ferida é de amor
E do inferno é da despedida
Só me resta no calor
Cauterizar essa minha ferida
E no mais, me renego a vida
Até que venha a partida
Na esperança cultivo sonhos
E no questionar me movo ardente
E que nesse fogo eu queime
Até que em breve cinza
Vagando pela leve brisa
Eu já tenha chegado lá...