Farsa

Na pele

estampadas verdades

que não perecem

mas que aos olhos escurecem

esmiuçadas

certezas parcas, inaptas

encurraladas

num beco sem saída

Hoje, a cilada

e enquanto há vida

o riso tolo disfarça

mas não se camufla

e todo peso vem

e maltrata

aos poucos mata

mata

mas não passa...

Não passa por devoção

nem por devaneios

a fuga é vaga

não é um meio

nem nenhum chão.

Nas asas

o falso siso

que só em si se sagra

pois se é verdade

sangra

dessa desdita

a história é farsa

o rito é vão

em tudo que se consagra.