Na Tua

Mais um ano que se principia,

E outro que ficará para trás.

E é sempre a mesma correria.

Ninguém faz o que lhe apraz.

Ergue a lona e monta o palco;

São as mesmas cenas batidas.

Afáveis, ninguém desce do saldo,

Dentro de suas falas comedidas.

Uma casca por dentro vazia,

Muito a quem da realidade.

Tudo beirando a fantasia,

Maquiando a densa maldade.

E o povo não se dá conta!

Parecem todos hipnotizados.

Diante do palco se amedronta,

Ou se sentem "vitimizados".

Se prostam diante de tudo,

E seguem sempre inertes.

Calam as vozes, ficam mudos,

Pois quem manda os adverte;

“_Não façam isso ou aquilo.

Não mexam conosco não!

Melhor tu ficar tranquilo...

Cara, fica na tua mermão!”