DE QUEM SOU
Do que me faço, quando me desfaço da ousadia?
O que me permito, quando toda regra leva a alegria?
Ceder aos incautos, render-me a seus autos?
Do que me traço, quando meu risco é alegoria?
É nesse passo que vou no adiante sem retorno,
trocando o calor da existência pelo morno,
vivendo de rescaldos enternecidos.
Então refaço, recolho o afago da fantasia,
jogo as migalhas do que mais em mim não poderia,
e reflito assim, o fim da minha poesia.