Vamos embora, meu amor!

Vamos embora, Amor, para a última clareira escura,

Onde o amor cresce dentro do corpo-semeadura,

Entre rajadas de relâmpagos dourados da primavera,

Neste refúgio onde a alma mui chora porém se eleva.

Vamos embora, Amor, para a última clareira,

Lá o orvalho banha e muda a terra desordeira;

Deixaremos para bem longe a agitação da cidade

E seguiremos, firmes, as águas da serenidade.

O caminho da última clareira é nosso destino,

Onde rochedos e medos serão o último hino.

Cantaremos o esquecimento daquela vida vã,

E amar-nos-emos à luz da clareira, entremanhã!

Vou embora contigo para a última clareira,

E os suspiros, amigos, se mesclam ao vento,

E as folhas bailam no ar por essa brisa faceira

Em um cenário de luar, encanto e sentimento.

Vamos embora para a nossa última clareira,

Onde teus lábios são doces como o mel,

E os corações se beijam rente à videira,

Selando um pacto abençoado pelo Céu.

Na última clareira, encontraremos nosso lar,

Onde as aves cantam, felizes, nosso sincero amar.

Vamos, meu eterno Amor, de mãos dadas à clareira,

E rindo e amando como crianças puras e verdadeiras.

Na candeia da clareira, nosso amor há de florescer,

Entre árvores e flores que comungarão a nossa união,

E os corpos enlaçados se embriagarão de tanto viver

A doce e ofuscante essência deste amor em profusão.

Vamos, sem demoras, embora para a última clareira,

Onde nossos sonhos e fados se congregarão na fogueira;

E lá, meu Amor, incandesceremos como claras lareiras,

Que abrasam e amam as almas à noite e a vida inteira.

Gilliard Alves
Enviado por Gilliard Alves em 03/03/2024
Reeditado em 06/03/2024
Código do texto: T8011837
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