Ofereço a ti os meus sonhos.

Sou apenas um menino que nasceu na Serra da Moeda, viveu na fazenda douradinho, trabalhou na roça, plantou arroz, milho e feijão, tirou leite de vaca e andou de carroça, limpou roça de minho com carpideira.

Um menino que sentiu no corpo, o forte hidrogênio do sol, antes de dormir rezava o terço a virgem Maria.

Posteriormente, estudou Filosofia, Psicologia, História e Sociologia, com Bacharel em Teologia, pós gradução em Filosofia política, Filologia e Biologia, especialização em Filologia, com a tese qual a razão do homem ser o único animal que fala.

Um menino que estudou nas melhores universidades do mundo.

Porém, há muito tempo distante, eu trago na alma as recordações de quem viveu no campo.

Hoje em outras instâncias, todavia, nunca esqueci de quem ficou na roça, imagino que eles esqueceram de mim.

Escrevi teses interessantes, entretanto, os meus pés desgastaram ao meio do caminho, senti na face do rosto a brisa forte da areia queimando o meu corpo.

Quem sabe um dia voltarei no mesmo lugar onde nasci, ficarei uma tarde toda sonhando com a cor do universo, olharei as folhas das árvores e de madrugada contemplarei o infinito para vendo as estrelas dançando.

Tenho saudade do sol daquele lugar, epistemolocamente refletirei a respeito da tese em astrofísica, elaborada por mim, O princípio da incausalidade.

Como tudo começou a anticausa da casa, a matéria produto da antimatéria, a razão pela qual sou o ser que sou.

Como andei sozinho, quase desapareci, a menina amada esqueceu da minha pessoa, era ainda estudante, desconhecia os ensinamentos da Filosofia.

Neste instante quero tudo outra vez o amor aos parentes que desapareceram.

Ainda sou o mesmo estudante, ofereço a ti os meus sonhos, em tempo longe a respeito de tudo que desejo lhe dar.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 05/03/2024
Reeditado em 05/03/2024
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