Sem perdão

Se creditasses teu amor

Se mostrasses o sentir

Sem o julgo do "poder",

Veredicto: "és inocente"

Das palavras ocultadas

Da dor que deveras sente

Se falasses desse amor

Sem medos, sem pudor

Terias todos os beijos

Quem sabe, tão quentes

A efervescerem tua pele

Ao acordar-te, indecentes

E culpado, ah, sim, serias!

Dum coração tresloucado

Nas insanas noites insones

(ou de sonhos que arrepiam)

Dum sentir, enfim, avesso

Às angústias, as que viviam

E por que não, finalmente

Num selar dessa loucura

Sem julgos, ou tormentos

Enfim juntos, aglutinados

Em pleno gozo e conjunção

Sem segredos, sem pecados.

Luzia Avellar
Enviado por Luzia Avellar em 05/05/2024
Código do texto: T8057095
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