Sem perdão
Se creditasses teu amor
Se mostrasses o sentir
Sem o julgo do "poder",
Veredicto: "és inocente"
Das palavras ocultadas
Da dor que deveras sente
Se falasses desse amor
Sem medos, sem pudor
Terias todos os beijos
Quem sabe, tão quentes
A efervescerem tua pele
Ao acordar-te, indecentes
E culpado, ah, sim, serias!
Dum coração tresloucado
Nas insanas noites insones
(ou de sonhos que arrepiam)
Dum sentir, enfim, avesso
Às angústias, as que viviam
E por que não, finalmente
Num selar dessa loucura
Sem julgos, ou tormentos
Enfim juntos, aglutinados
Em pleno gozo e conjunção
Sem segredos, sem pecados.