Migalhas ao vento

Ditos soltos que rastejam ao chão

Pedaços pequeninos a evaporar

No teto, do chão ao ar

Sem nada de concreto a se renovar

Pequenas partículas jogadas ao vento

Privadas de teto ou firmamento

Do clarão do dia a luz noturna

Ficando ofuscado do contentamento

De uma rua obscura

Com obstáculos que impede a escolha

De caminhos floridos

Ficando no ósculo da escuridão

Pairando com o desequilíbrio da solidão

Reveses atemporal querendo equilíbrio num copo de cristal

Faísca presa no casulo

Impedindo de chegar ao amanhã

Rabiscos que se perderam

No labirinto da ilusão

Que foram diluídos sem compaixão

Pelas migalhas sem contestação

Que soltam-se no barco remanso

Até encontrar ondas de movimentação