Se eu não sonhar!

Se eu não sonhar, é porque não tenho mais vida.

Porque em meu coração está aberto uma ferida.

De não conseguir mais ver o desabrochar das margaridas.

De ver a nossa a casa comum respirando quase sem vida.

Ó! Verdes matas que existiam aqui e acolá!

Roídas pelas traças, meus olhos fazem chorar.

Quando um móvel velho encostado, destroçado está.

Lembro-lhes que já foi sombra para muitos descansar!

Um sangue inerente corre no rio que já teve vida corrente.

Jaz no fundo, o rejeito de minérios que matou tanta gente!

Então, distribuem uns trocados para atingidos ficarem contentes.

Quanta corrupção, só não se corrompem, os que são coerentes.

Então digo com toda clareza, onde está a beleza do rio, nossa realeza?

Isso que queremos de volta, um rio de água limpa, ver os peixes na correnteza.

Ter suas margens florestadas, o rio doce é nossa vida, presente da natureza!

Se estou sonhando, não me acordem, não quero morrer de tristeza.

Recobro-me que só sonhando não podemos ficar.

Temos que ser semente na massa para este destino mudar.

A morte da natureza vai acontecer se todos não se juntar.

Comecemos na nossa casa a coleta seletiva do lixo organizar.

Nas cidades do sul, tanta destruição, sem tempo para terminar.

Das enchentes, das mortes causadas, existe um rio que diz:

Perdoa-me pelo sofrimento, pois saibam que eu não fiz porque quis!

Pois simplesmente queria seguir meu curso, eu só queria passar!

O que será da Casa Comum, local da vida, nascer, crescer, brincar e bailar?

Se nos bailes da vida, destruir for a saída, para o lucro continuar a assassinar.

Brevemente não terá a primavera, o inverno virará inferno se o aquecimento continuar.

Então as flores secas sobre os túmulos da Natureza sem opção vamos colocar.

Não quero mais reclamar, do sonho irei acordar!

Te convido, acordamos juntos e vamos todos plantar.

As sementes do bem, e vamos separar o joio para o mal não prosperar.

As sementes da ambição do nosso coração, vamos erradicar.

Ledesmar José Walger.