Dias inertes

O manto da poesia

Já não me aquece

Nem ameniza o mais brando dos ventos

Vindos de mim

E não há rastros, estes as lágrimas de minha alma

A cada esquina desfaz.

As páginas em branco

Queimadas no gelo da sua falta

Não acha explicação e parti para solo de lugar nenhum

Porque no rio desta poesia

Não há margens

E as estações desses versos

são dias inertes que regem

o tempo do esquecimento

Atado aos laços da mais funda melancolia.