intensamente frio

frio, complemente frio

gélido

o vento lá uiva feito lobo louco

as árvores se curvam como muçulmanos

e as folhas secas se perdem no infinito

lá fora, a sensação frio dói na alma

e nos vestígios humanos

amontoamos panos em corpos

que tremem de frio intenso

as mãos cianóticas e mortas

tocam as palavras incandescentes

a esquentar o coração

com o pouco de poesia

que trouxe o vento

no vento uivante

lamentos desesperados e longíquos

percorrem o tempo,

abandonam o infinito e

se tornam açoites dos solitários.

frio, muito frio gélido

nem as geleiras

nem os pinguins

e nem os peixes

ficam imunes

a tanta falta de calor

o sol tímido brilha sem esquentar

e teima colorir a névoa densa

e branca

névoa fosca

névoa triste

que embaça a visão

e deixa ver

apenas a imaginação.

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 10/06/2008
Código do texto: T1027847
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