MESMO SEM INSPIRAÇÃO

Hoje estou um pouco triste,

Sem nenhuma inspiração,

Na mente nada existe,

De real, nem ilusão.

Olho a laje gelada,

Branca e retangular,

Nela não há mais nada,

Só a lâmpada a iluminar.

Sobre a lâmpada, o que digo ?

Bem... lembro de um amigo,

Que num dia de escuridão

Iluminou meu coração.

Vejo então o calendário,

Que marca os dias passando,

Mostra ao sexagenário

Que a vida está se esgotando.

Uma cadeira vazia,

Reporta-me à canção,

Cantada na boemia,

Na idade da ilusão.

Na parede, um quadro lindo,

Exibindo um beija-flor,

Neste momento, sorrindo,

Lembro do meu amor.

Na outra, um crucifixo,

Fito-o com os olhos fixos

E recordo com amor e dor,

Do martírio de Nosso Senhor.

O que falar sobre a caneta ?

Traz-me ao tempo escolar,

Era um aluno capeta...

Faz-me também lembrar

Das lindas cartas de amor

Recebidas da namorada,

Sinto saudades e dor,

Pois é página virada !

A janela está fechada,

De metal, muito gelada,

Mas nas noites de verão,

Quando são enluaradas,

Dá-me até inspiração

Faço versos à amada.

A porta que é de madeira,

Protege, dá segurança,

Porém traz-me à lembrança,

Uma ação que é costumeira,

Das matas a destruição

Como dos rios e cascatas

Isso dói no coração,

Que não têm os magnatas...

É frio também o piso,

Mas provoca-me um riso,

Vejo um gato e seu miau

Num desenho casual.

Para comer e coçar,

Diz o dito popular,

Que basta começar.

Escrever e versejar,

O mesmo princípio têm,

Basta um pouco pensar

Que boas idéias vêm !

Auro.

Hoje estou um pouco triste,

Sem nenhuma inspiração,

Na mente nada existe,

De real, nem ilusão.

Olho a laje gelada,

Branca e retangular,

Nela não há mais nada,

Só a lâmpada a iluminar.

Sobre a lâmpada, o que digo ?

Bem... lembro de um amigo,

Que num dia de escuridão

Iluminou meu coração.

Vejo então o calendário,

Que marca os dias passando,

Mostra ao sexagenário

Que a vida está se esgotando.

Uma cadeira vazia,

Lembra-me da canção,

Cantada na boemia,

Na idade da ilusão.

Na parede, um quadro lindo,

Exibindo um beija-flor,

Neste momento, sorrindo,

Lembro do meu amor.

Na outra, um crucifixo,

Fito-o com os olhos fixos

E recordo com amor e dor,

Do martírio de Nosso Senhor.

O que falar sobre a caneta ?

Traz-me ao tempo escolar,

Era um aluno capeta...

Faz-me também lembrar

Das lindas cartas de amor

Recebidas da namorada,

Sinto saudades e dor,

Pois é página virada !

A janela está fechada,

De metal, muito gelada,

Mas nas noites de verão,

Quando são enluaradas,

Dá-me até inspiração

Faço versos à amada.

A porta que é de Madeira,

Protege, dá segurança,

Porém traz-me à lembrança,

Uma ação que é costumeira,

Das matas a destruição

Como dos rios e cascatas

Isso dói no coração,

Que não têm os magnatas...

É frio também o piso,

Mas provoca-me um riso,

Vejo um gato e seu miau

Num desenho casual.

Para comer e coçar,

Diz o dito popular,

Que basta começar.

Escrever e versejar,

O mesmo princípio têm,

Basta um pouco pensar

Que boas idéias vêm !

Auro.