LAMÚRIAS AO MADRUGAR

Oh! Madrugada rórida.

Teus pingos diluem em meu corpo,

Tocam minha alma...

Careço de ti!

Em ti afogo minhas lágrimas.

Tuas gotas confundem com as minhas,

Meu corpo teu manto se faz.

Meus olhos em caligem abaçanam

Eu... Já não me vejo mais!

Embrenho num oceano sem bússola;

Submersa em torrentes géledas.

Minha alma geme, coração inerte...

Desvario de quem acordada dorme!

Imune às chuvas e aos acordes...

De uma madrugada a mercê da sorte,

De viver em sonho o que da vida escapole!

Ivone Alves SOL