O MENESTREL DAS SOMBRAS

Eu ouvi por toda madrugada o típico ruído do silêncio noturno;

Vi todas as imagens que se formam no escuro, velei por quem dormia;

Enquanto o sono me fugia, inúmeros sonhos me foram escudo;

Fazendo-me surdo perante as vozes de minha própria agonia!

Enquanto as folhas brancas se cobriam de registros;

Os escuros sinistros eram vencidos pelos raios do amanhecer;

Querendo algo me dizer, talvez a remover de meu olhar seus ciscos;

Dando vida aos meus rabiscos e alguma luz pra outro alguém esclarecer!

A minha inspiração é passageira de um bonde solitário;

E ocupa um vagão literário, cujo acesso é indescritível;

Sei que parece incrível, mas essa luz costuma ser fiel ao seu horário;

E eu me torno um profano sudário, grafado em meu próprio delírio!

Um caos humano a viajar nas noites de meu sol;

Um estranho dentro de meu rol, alicerçando meus telhados;

Sou versos dilacerados, ilhados nesse noturno atol;

Eu sou o farol que pelas madrugadas norteia seus dias apagados!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 20/08/2008
Código do texto: T1137156
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