ESSENCIALMENTE

A quem diga que sou louco, porque tomei a decisão de viver descontextualizado;

Porque ignoro todo imposto legado e desonro a história que escreveram pra mim;

Mas eu sou mesmo assim, um alienígena humanizado;

Certamente demasiadamente pesado, com neurônios sobre o prato ao invés de capim!

A quem chame de proficiência o que me esvai como tempestade interior;

É que menestrel eu sou de um futurismo arraigado de sonhos remotos;

Os meus pecados me são devotos, porque até minha indolência é fervor;

Eu sou escravo e sou senhor, desenhado pela lógica de meus opostos!

A quem me considere indiferente, porque não pego em armas e nem corro ao vento;

Mas sou o gladiador do pensamento, minhas estrofes são arenas;

Os meus fuzis são minhas penas, meus hematomas são sofrimentos;

E em todos os meus momentos, explodem dentro em mim conflitantes cenas!

A quem me chame de poeta, mas eu sou apenas a crise física da emoção;

Que ao contrário de Platão, busca a liberdade no interior da caverna;

Combatente nos íntimos de sua caserna, verso honesto de sua própria imperfeição;

A quem me sonhe em sua imaginação, mas eu sou o pesadelo de uma lágrima eterna!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 02/09/2008
Código do texto: T1157727
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