Solidão a um

Meu corpo não me desperta mais desejo,

Minha pele não me convida ao ensejo,

O silencio dos meus atos

Não conduz ao meu cortejo.

Sem me tocar como me tocava antes,

Sem me abraçar para ter eu a mim,

Ato subcutâneo, submundo de uma paixão solitária,

Amor sublime sem com quem trocar.

Sinto a falta de me beijar,

De cuidar do meu olhar,

De observar a minha procura,

De liquidar a minha angustia.

Entregar aos meus braços,

Sem medo de reprimir,

Sem forma de corrigir,

Sem chance de redimir.

Sinto o medo do revelar,

Da minha carência minha,

Do meu momento meu,

Do meu estar comigo,

Sinto falta do meu amar,

Amar incondicionalmente,

Amar o meu amor sozinho.