IMPERFEIÇÃO

(Aos delicados momentos, senhores de minha razão...)

Um dia pôs-se um louco a contemplar;

Aquela que no céu reluz além;

A estrela que é viva, e que aquém;

Faz pequeno todo o brilho do luar;

Decerto, o dia já valia pouco;

Pois era a noite sua perdição;

À bela estrela o louco dedicava uma paixão;

E um sorriso acanhado dedicava a estrela ao louco;

E assim, a paixão correu as noites;

Pareciam os dois voar no céu;

Ah, se um beijo lhes possível fosse!

Mas vieram as nuvens como a um véu;

Cubrir de cinza a tal figura tão doce;

E das nuvens manchou, a chuva todo o papel...

(mostrando-lhe a dor, que eternamente o que era, ele soube...)

M.A.S.P.