Lágrimas

Suave é a noite, assim como a brisa que

acaricia meu rosto molhado de lágrimas

Que deslizam inocentemente de meus olhos.

Há um grito preso em mim,

Um nó que me vem à garganta

E me impede de sorrir livremente.

Olho para o nada

Por trás de meus olhos castanhos,

De minhas mãos ágeis de poeta,

De meu riso solto no ar, há um

Não sei que de desassossego,

De raiva, de solidão...

Quero gritar, mas quem poderá me ouvir?

Enquanto todos dormem e pensam

O quanto felizes são

Eu tento entender por que o meu pôr-do-sol no horizonte

Não é dourado, ou por que

As minhas manhãs são cinzentas

E pesadas demais para suportar.

Quero um abraço, mas quem poderá me envolver?

Estou embriagada em minhas próprias lágrimas;

Me torturo neste silêncio

E destilo minhas lágrimas nestes versos insólitos e, talvez, vazios

Para que alguém sinta

Um pouco da dor que sinto

E que me destrói, matando-me aos poucos...

Mayna Nabuco
Enviado por Mayna Nabuco em 25/10/2008
Reeditado em 28/10/2008
Código do texto: T1248188
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