Silêncio em uma tela

Quando as luzes se apagam

só o silêncio se escuta

as sombras é que labutam

esqueirando-se nos becos

a escuridão é companheira

o dia se foi

saudade derradeira do sol da manhã.

O cigarro ora asceso

baila por entre os dedos

se foram todos os pesos,abateram-se inda os mêdos.

É o som da noite,muito lento,a brisa suave que corta

o grito agudo da coruja,quadro de natureza morta

a porta da sala um tanto suja.

O carro que passa,leva alguém

na escuridão...uma massa,é ninguém

Não tem nome,cor ou sexo,talvez um pouco de fome.

É silêncio!Agora pesado!

Passam-se as horas com gosto de pecado,com peso de toras.

E o pensamento vaga dolente por estrelas

que se agitam no céu escuro,docemente

brilhos púrpuros que gritam.

Assustados animais andam pelas calçadas sem rumo e sem dono

Ouço pesadas passadas,ainda não veio o sono.

Sussurros e gemidos,toques e ruidos,silêncio com tantos rugidos

barulhos da noite escura,confidente,amiga e companheira

Sinceridade tão pura,amizade derradeira.

Nesta noite longa e bela,seremos ainda eu e ela...

Uma só

Um só silêncio na tela.

sandra canassa
Enviado por sandra canassa em 11/11/2008
Reeditado em 08/05/2018
Código do texto: T1278187
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.