ENTREGUE À SORTE

ENTREGUE À SORTE

Paulo Gondim

09/12/2008

Viverei até quando for possível

Embora fraco, me pareça forte

Mesmo que o tempo algo me prive

Do muito que da vida contive

Nada será por mim desprezado

Faz parte do grande aprendizado

Renovar conceitos, reviver lições

Reaprender, reciclar, reviver

O que se pode ser aproveitado

O que ainda falta ser semeado

Para que se torne fruto

E possa ser guardado

Recordar álbuns de fotografias

Separar frases, juntar figuras

E, de retalho em retalho, um a um,

Coser a colcha que será calor

Para aquecer o que resta do amor

Que por vezes foi negado

Que em breve nem será lembrado

Um ciclo começa a se fechar

E que talvez se apague

Se nada serve para ser lembrado

Nova batalha surda se avizinha

No silêncio de min’alma sozinha

Desnuda, exposta na linha de corte

Não me acovarde e me entregue à sorte.

Paulo Gondim
Enviado por Paulo Gondim em 09/12/2008
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