Penumbra

A penumbra solitária do terraço

Traz vagos pensamentos das avenidas

Junto ao vento que ampara meu cansaço

E embala de sono minhas lembranças

A rede balança minhas ânsias

Daqui pouco se vê! Apenas vultos

De objetos inexistentes, apenas tempos

Que se transformam em seus movimentos

Apenas medo! Apenas um momento

Que a noite encontra em simpatia à vida

E sua simetria paradoxal se alimenta

De risos apaixonados e desesperados gritos...

Os grilos também me contemplam!

Pequenos rápidos clarões se aglomeram,

E logo se perdem na escuridão do mato

Me mato por um instante eterno.

Me enterro em terra molhada

E ainda que adormeça; Sinto-me

Cansada da penumbra que não cessa

Nem ao menos quando o sol chega.

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Shauara David
Enviado por Shauara David em 02/01/2009
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