Penumbra
A penumbra solitária do terraço
Traz vagos pensamentos das avenidas
Junto ao vento que ampara meu cansaço
E embala de sono minhas lembranças
A rede balança minhas ânsias
Daqui pouco se vê! Apenas vultos
De objetos inexistentes, apenas tempos
Que se transformam em seus movimentos
Apenas medo! Apenas um momento
Que a noite encontra em simpatia à vida
E sua simetria paradoxal se alimenta
De risos apaixonados e desesperados gritos...
Os grilos também me contemplam!
Pequenos rápidos clarões se aglomeram,
E logo se perdem na escuridão do mato
Me mato por um instante eterno.
Me enterro em terra molhada
E ainda que adormeça; Sinto-me
Cansada da penumbra que não cessa
Nem ao menos quando o sol chega.
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