A PASTORA DAS MONTANHAS

Eu vi os belos lábios da pastora das montanhas

Com seu rebanho de milhares entre pomares

Que pareciam aos meus olhos poemas.

Sorria as distantes cabeças de gado

Pareciam uma grande e linda nuvem fria

Da qual fiz a morada da prece que tecia

A linda pastora das montanhas.

Eu, ao seu lado prestava atenção

Nos seus passos sobre a lama descalça,

Tentava carregá-la mas ela dizia:

“Meu rebanho se ia! Meu rebanho se ia!”

Mas não havia mais rebanho, eles choveram

E inundaram a grande cidade,

Deram a vida às plantações,

Esperança ao povo,

Mas o rebanho que aos milhares pareciam poemas

Solitários pomares, e a linda pastora das montanhas

Chorava e eu não entendia, não via, não sentia.

A alegria que seu rebanho dera, tirou a dela.

A vida que concederam foi se dela esvaída.

A pastora tornou-se reclusa de suas próprias montanhas

No seu redor a terra abriu para absorver suas lágrimas.

Desde então chamei aquelas montanhas e abismos

De solidão.

Diego Duarte
Enviado por Diego Duarte em 07/01/2009
Reeditado em 25/02/2013
Código do texto: T1372107
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