Pés no asfalto

Meus pés pisam no chão,

Noite adentro,

Solitária, caminho

Pés no asfalto negro de noite

O piche noturno que fervilha

Que armazena o calor do dia quente de verão

Meu verão portoalegrense.

A sola do tênis derrete

Os pés queimam a cada passo,

Paro, suspiro, olho o céu

Lá está o Cruzeiro do Sul!

E olhando para cima continuo a caminhar

Parece que o manto negro gira sobre mim.

Distraída desço a rua

Uma buzina! É o ônibus que quer passar, subo na calçada e desço

Perco o céu, perco o chão

O asfalto me segue sem fim, com determinação.

Após a curva o que eu espero,

Atrás do muro alto, lá está

Minha casa, meu conforto.

Um banho morno e caio na cama,

Acaricio a felina e adormeço,

Sonho com o asfalto e o céu de manto negro

Até durante o sono eles me perseguem incansavelmente.

Lilith Góthica
Enviado por Lilith Góthica em 16/01/2009
Código do texto: T1387911
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