Um verso sobre o verde de seus olhos
Minha mão nega-se a escrever.
Impede que eu relate sobre os finos detalhes azulados,
Ou os traços castanho-acizentados que eles têm,
Minha mente não permite que sobre suas pupilas divague,
Reclama com um:
“Ele não a ama”
Cada vez que me remeto a sonhar
Que as suas íris, famintas,
Sob minha cútis divertem-se.
Um verso sobre o verde dos seus olhos,
Meus amigos não deixam que escreva.
Aconselham-me a outros olhares procurar.
Cega, então, tornei-me
Pois de castanhos sedutores,
De azuis encantadores,
De negros insaciáveis,
Tenho resposta
Só dos esverdeados a quero.
Um verso sobre o verde de seus olhos percebo ser impossível lavrar,
Somente formado de perguntas retóricas seria,
Só de mim falaria,
Acabaria com uma das minhas várias frases clichê.
No fim, a poesia nada seria, exceto, o retrato da minha solidão.