O POETA E A TEMPESTADE...

Encanta-se com essa tenra nostalgia

Das noites quentes de verão, a inspiração o contagia

Em versos intuitivos em linha resplandecente

Lubrificam os olhos do poeta novamente

Na espera da hora exata de se expressar

A chuva cai de forma impiedosa

Deixando a penumbra nas ruas a acalentar

Provando ao mundo sua existência poderosa

Trovões e relâmpagos mostram sua destreza

Sua voz estremece a quem está à mesa

Afogam as paixões submersas no medo

Desilusões de outrora e segredo

A chuva sufoca o desespero e transborda

A apreensão de quem ontem desejou

O granizo corta o silêncio e aborda

As lembranças daquele que nunca sonhou

Pessoas andam perdidas em si mesmas

No silêncio tudo fica mais claro

Na mente não há mudanças, as sensações são as mesmas

Mas a alma encharcada suplica reparo

Pensa na vida como um todo

Tendo à frente somente uma vela

Nas palavras, um certo tempero de lodo

Iluminado pela luz amarela

A chuva insiste, continua sua proeza

Não pára e despeja suas lágrimas sem cessar

Em seu quarto, ainda tem a vela acesa

E no coração muitas coisas a questionar

Tudo o que move a beleza das letras

O silêncio da noite fria entristece

A idéia, escrita à sombra da vela penetra

Na mente que clama quando escurece

A chuva cessa tímida e sem pressa

O breu transmite a inquietação no olhar

O poeta sem direção expressa

No semblante seu medo peculiar

No chão ficou a marca de sua ira

Molhado e liso, a noite mais fria

Mas nas palavras do poeta, pudera

Lavada ficou sua alegria.

Denilsamore
Enviado por Denilsamore em 15/02/2009
Código do texto: T1441356
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