A CABANA DO POETA

Noite escura e noite tão quieta
ao longe, a imagem da casa do poeta,
com a escuridão não vejo as flores.
Como o vento a noite por aqui não passa,
saindo da chaminé, sobe devagar a fumaça,
sobem como se fosse, pétalas de amores.

Nessa paisagem tão linda e tão suave
ouço o barulho das asas de uma ave,
que está o céu escuro a cortar.
Vai quebrando o silêncio desse campo
onde vejo também, as luzes do pirilampo,
que consegue nessa solidão brilhar.

Nesse céu hoje a lua não brilha
não tem claridade sobre a trilha,
depois que no sertão escureceu.
Mas o vulto das árvores tão belas
parecem querer entrar pelas janelas
para ler, o que o poeta escreveu.

Até parece que a casinha da colina
está com o telhado coberto de purpurina,
de onde sai, suaves notas de um violão.
Na paisagem silenciosa e tão sombria
e certo que está nascendo a poesia
das raizes de uma canção.

Casinha do poeta, junto ao pé da serra
como se fosse um presépio aqui na terra,
que nessa noite, trás vida a localidade.
Lá dentro, a lenha no fogão crepita
para aquecer quem na cabana habita,
que é só o poeta, e sua saudade.
GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 01/03/2009
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