PREVALECE...
 
O farfalhar das asas quebradas
onde o silêncio sangra e corta.
Nas dobras débeis das madrugadas,
lembrança dum tempo passado conforta!
 
No espelho da alma em recorte
estilhaços ao acaso espalhados,
não há razão ou emoção que suporte
sonhos no muro da distância, cansados!
 
O vento fino empoeira a cortina
da minha janela, não vejo a luz...
A agonia ao isolamento me confina
e ao encontro do amor não me conduz...
 
Carrega o andor de minha prece
uma chuva fina, constante e fria,
nas noites onde meu corpo padece
num carcomido rosário de nostalgia.
 
Valho-me desta última poesia
escrita numa folha já amarelada,
hoje a inspiração encontrou a afasia.
Sou apenas mais uma página virada!
 
Pois a solidão prevalece...

 
27/02/2009

 
Anna Peralva
Enviado por Anna Peralva em 12/03/2009
Reeditado em 28/10/2009
Código do texto: T1483168