Poder das águas

Agora a chuva cai sobre o telhado

E as gotas estalam

Fazendo eco com o vento

O frio anuncia que irá

Chegar breve

Há um silêncio concreto de qualquer voz

Humana

Só a chuva pronuncia seu canto

Os bichos e o silêncio

São um

Estou sob o teto onde a chuva

Passeia

A água apressa-se em molhar

As folhas as telhas a terra

Eu talvez seja um desterrado

Sob o telhado

Onde a chuva

Escorrega

A noite é absoluta e talvez

Se molhe na chuva

Eu não

Somente ouço os pingos

Se espalhando

E faço reverência

Ao poder das águas

Paulo Luna
Enviado por Paulo Luna em 17/04/2009
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