Pra sempre morta na tua ausência

Ainda por algum tempo digeri aquela estória

ainda digiro-a sem maiores razões

e sem culpar-me, ainda me trago dúvidas

e vou tragando, gole a gole a tua ausência

não era pra ter sido tão duradoura aquela dor

mas o que é latente não pára de pulsar

e este pulsar, que há muito me agarra,

eu sei que não vai jamais parar

apesar da não-volta iminente e certa,

eu sigo nesse jantar a digerir lentamente

aquela presença que decerto nunca foi minha

e que me faz sempre morta na tua ausência

não me importo mais com pormenores, é indolor

apenas deixo o tempo fluir por entre os dedos

porque o que é verdadeiro o tempo anestesia

e o que é sentimento o coração sempre tolera.

Debora King
Enviado por Debora King em 17/05/2009
Código do texto: T1599705
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